Maioria dos Vídeos Sobre TDAH Estão Errados, Aponta Estudo

O TDAH é um dos assuntos mais divulgados nas redes sociais quando se trata de saúde mental. Todos os dias encontramos centenas de novos conteúdos com informações, relatos e até mesmo piadas sobre o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Existem médicos, psicólogos, estudantes e estudiosos do tema que estão fazendo um grande trabalho informativo produzindo em seus canais conteúdo de grande qualidade com o caráter informativo, mas muito material é postado por pessoas que não possuem qualquer aprofundamento científico com o tema e, por forma equivocada, propagando informações erradas e prestando um desserviço aos portadores deste transtorno por meio de redes sociais como o Youtube, Instagram e TikTok.

Falando em TikTok, A maioria dos vídeos entre os mais populares nesta plataforma sobre o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) estão equivocados, de acordo com o estudo publicado no The Canadian Journal of Psychiatry. As redes sociais em geral estão sendo cada vez mais utilizadas para divulgar informações sobre saúde mental. Sendo o TDAH um dos assuntos mais abordados no TikTok, Instagram e YouTube.

O estudo buscou investigar a qualidade deste conteúdo publicado na rede social com maior engajamento na atualidade, o TikTok, sobre os vídeos publicados utilizando a hashtag #ADHD (attention-deficit/hyperactivity disorder), TDAH em inglês.

Para a realização deste estudo, os pesquisadores avaliaram os 100 vídeos mais populares do TikTok sobre TDAH (ADHD), que tiveram mais de 2,8 milhões de visualizações no total e uma média de 31.000 compartilhamentos cada. Apenas 11 dos 100 principais vídeos de TDAH foram criados por profissionais de saúde e nenhum foi criado por empresas ou ONGs.

Resultado dos vídeos estudados com o tema de TDAH (ADHD):

  • 52% foram classificados como enganosos (falta de evidências científicas);
  • 27% foram classificados como experiência pessoal (experiência pessoal ou relativas aos sintomas ou tratamento de TDAH);
  • 21% foram classificados como úteis (contendo informações cientificamente corretas sobre TDAH em relação aos sintomas, diagnóstico ou tratamentos).

Os vídeos de experiência pessoal que continham declarações enganosas foram classificados como enganosos. Além disso, “nenhum dos vídeos enganosos recomendou que os espectadores procurassem uma avaliação médica, psiquiátrica ou psicológica antes de atribuir esses sintomas ao TDAH”, explica o estudo.

Exemplos de vídeos com conteúdo equivocado

  • Vídeo descrevendo a “paralisia do TDAH” (“ADHD paralysis” ) como um sintoma do TDAH em que o cérebro “não me deixa fazer nada” (“physically won’t let me do anything”) e “às vezes nada causa isto” (“sometimes nothing causes it”).
  • Vídeo afirmando que o TDAH é “igualmente comum entre meninas e meninos” (“equally common between girls and boys”) e que os sintomas do TDAH “só se intensificam com o início da puberdade” (“only intensify with onset of puberty”).
  • Vídeo afirmando que pessoas com TDAH carecem de “permanência de objeto”. – O termo permanência do objeto na Psicologia (segundo Piajet) é usado para descrever a capacidade da criança de saber que os objetos continuam a existir mesmo que eles não possam mais ser vistos ou ouvidos
  • Vídeo afirmando que “calafrios” (“anxiety shivers”), “fazer barulho aleatório” (“random noise making”) e “ser competitivo” (“being competitive”) são sintomas de TDAH.

Alerta nas Redes Sociais sobre o TDAH

Em resumo, este estudo é um dos primeiros a mostrar que vídeos enganosos sobre o TDAH estão sendo amplamente divulgados nas redes sociais. Portanto, é importante não só que os médicos e terapeutas estejam cientes da disseminação deste tipo de conteúdo e do potencial impacto sobre o tratamento clínico, mas também da conscientização do público de que procure informações divulgadas por veículos e pessoas especializadas sobre o TDAH.

Se você tem dúvidas sobre se tem ou não TDAH e seu correto tratamento, procure por uma avaliação com um médico ou com um psicólogo especializado.

Aprenda mais sobre TDAH

Leia o Artigo na íntegra (em inglês): TikTok and Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder: A Cross-Sectional Study of Social Media Content Quality

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Carlos Almada | TDAH Brasil
Carlos Almada | TDAH Brasilhttps://www.tdahbrasil.com.br
Graduando em Psicologia e TDAH. Carlos é Professor, terapeuta comportamental com mais de 8 anos de experiência e idealizador do portal TDAH Brasil. www.carlosalmada.com