O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica com prevalência significativa em crianças, adolescentes e também adultos. Apesar de muitos associarem o tratamento apenas a terapias comportamentais, o uso de remédios para TDAH continua sendo uma das estratégias centrais no manejo dos sintomas.
Mas como saber se a medicação está funcionando corretamente? Quais são os sinais de eficácia? E quais precauções devemos tomar? Neste artigo, vamos abordar:
- o papel dos medicamentos no tratamento do TDAH;
- os tipos principais de remédios usados;
- quando e como avaliar se estão sendo efetivos;
- efeitos colaterais e riscos;
- ajustes de dose, trocas e período ideal de uso;
- práticas complementares para potencializar os resultados.
Este é um conteúdo informativo e não substitui a avaliação médica. Sempre consulte um profissional de saúde antes de iniciar, ajustar ou interromper qualquer medicação.
Neste Artigo sobre Remédios para TDAH
O papel dos remédios no tratamento do TDAH
Antes de falarmos dos remédios para TDAH, é importante entender por que eles são usados.
Por que usar medicamentos?
O TDAH envolve desequilíbrios nos circuitos cerebrais relacionados à regulação da atenção, da inibição (controle dos impulsos) e da motivação. Os medicamentos atuam, em geral, estimulando ou modulando neurotransmissores como a dopamina e a noradrenalina, facilitando a comunicação entre os neurônios e ajudando o cérebro a “se focar” melhor.
Estudos demonstram que os medicamentos estimulantes têm eficácia significativa em muitos pacientes — estima-se que funcionem em até 70 a 80% dos casos — embora nem sempre de forma perfeita ou sem ajustes. (ADHD Edmonton)
Mas nem todos respondem bem, nem todos toleram, e nenhum remédio “cura” o TDAH: eles auxiliam no controle dos sintomas enquanto usados de forma adequada.
Objetivos terapêuticos
Ao prescrever remédios para TDAH, o médico geralmente visa:
- Melhorar a atenção sustentada (capacidade de manter foco por tempo prolongado);
- Reduzir a impulsividade (menos interrupções, menos decisões precipitadas);
- Diminuir a hiperatividade (movimentos excessivos, inquietação);
- Equilibrar o humor e a regulação emocional (menos irritabilidade, menos flutuações emocionais);
- Melhorar a memória de trabalho, planejamento e organização;
- Proporcionar melhor desempenho em tarefas escolares, profissionais e de vida diária.
É importante ter expectativas realistas: os remédios tendem a aliviar muitos sintomas, mas dificilmente eliminam tudo por completo. Alguns aspectos cognitivos ou sociais exigem suporte comportamental, psicológico ou educacional.
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Tipos de remédios para TDAH
Os medicamentos para TDAH se dividem principalmente em duas categorias:
- Estimulantes — geralmente a primeira escolha;
- Não estimulantes — alternativa ou complemento.
Vamos ver cada grupo com exemplos e características.
Estimulantes
São os mais estudados e com resposta mais rápida. Agem aumentando a atividade dopaminérgica e noradrenérgica no cérebro.
Exemplos comuns:
- Metilfenidato (ex: Ritalina, Concerta)
- Anfetaminas (ex: Adderall, Vyvanse — dependendo do país)
No Brasil, o metilfenidato é um dos remédios estimulantes mais usados para TDAH, sob supervisão médica e controle rígido.
Vantagens:
- Início de ação rápido (alguns efeitos são percebidos dentro de minutos ou poucas horas).
- Permite ajustes mais finos de dose.
- Eficácia comprovada em muitos estudos.
Desvantagens / riscos:
- Efeitos colaterais como perda de apetite, insônia, irritabilidade, cefaleia.
- Pode haver “rebote” (quando o efeito vai diminuindo e os sintomas retornam).
- Em uso inadequado ou sem controle médico, risco cardiovascular.
Não estimulantes
São utilizados quando os estimulantes não são tolerados, quando há contraindicações ou como complemento.
Exemplos:
- Atomoxetina (Strattera)
- Guanfacina
- Outras drogas com perfil de modulação da noradrenalina
Esses medicamentos demoram mais para apresentar efeito — muitas vezes de quatro a oito semanas para ação plena. (Medical News Today)
Vantagens:
- Menor risco de abuso ou dependência.
- Alternativa para quem não tolera estimulantes.
Desvantagens:
- Efeito mais lento, menos previsível para alguns pacientes.
- Podem provocar efeitos colaterais diferentes (fadiga, tontura etc.).
Quando e como saber se os remédios para TDAH estão funcionando
Este é um dos pontos centrais deste artigo: não basta tomar o medicamento; é crucial monitorar e verificar se ele está produzindo os efeitos esperados. Vamos ver os principais sinais positivos, os alertas e como fazer esse acompanhamento.
Sinais de que a medicação está funcionando
Nem todos os sintomas se resolvem de imediato, mas alguns sinais indicam que o remédio está surtindo efeito:
- Maior capacidade de foco sustentado: consegue manter atenção por mais tempo em tarefas que antes eram difíceis.
- Redução da impulsividade: menos interrupções, menos decisões precipitadas.
- Menos distrações internas: pensamentos dispersos ou “ruídos mentais” diminuem.
- Melhora no humor e maior estabilidade emocional: menor irritabilidade, menos oscilações emocionais.
- Melhores registros de memória e atenção aos detalhes: menos erros por desatenção, mais recordação de informações.
- Produtividade mais constante: cumpre tarefas pequenas e rotineiras com mais facilidade.
- Melhora nos aspectos práticos do dia a dia: levantar-se no horário, sair para o trabalho/escola sem atrasos, organizar a rotina.
Esses sinais não são exclusivos do remédio — intervenções comportamentais e ambientais também ajudam — mas quando comparados ao “antes”, são indicativos valiosos. (Medical News Today)
Sinais de que pode haver problema ou falha no tratamento
Mesmo com esses sinais positivos, nem tudo é perfeito. Alguns indícios podem sugerir que algo não está ideal:
- Ausência de melhora relevante nos sintomas principais (atenção, impulsividade, desorganização).
- Efeitos colaterais intensos (insônia grave, perda excessiva de peso, alterações de humor drásticas).
- Resposta inconsistente: o medicamento funciona bem em alguns momentos, mas falha em outros.
- Retorno dos sintomas fora dos períodos de ação ou “buracos” no dia em que o remédio “desliga”.
- Alterações na personalidade ou no estado emocional, que não existiam antes.
- Comprometimento na qualidade de vida: se os efeitos negativos superam os benefícios percebidos.
Quando esses sinais aparecem, é essencial comunicar ao médico para revisar dose, horário, ou até considerar troca de medicação.
Ferramentas para acompanhar a eficácia do tratamento
Para verificar com mais objetividade se os remédios para TDAH estão funcionando, algumas estratégias são úteis:
- Registro / diário de medicação e sintomas
Use uma planilha ou aplicativo para anotar:- hora de tomar o remédio
- quando ele começou a fazer efeito
- quando seus efeitos diminuíram
- notas sobre foco, humor, sono, apetite
- efeitos colaterais
- Escalas de avaliação padronizadas
Questionários validados que avaliam sintomas de TDAH, como o Conners, o ASRS (para adultos) ou escalas de professores/parentes, ajudam a quantificar mudanças. - Feedback de pessoas próximas
Pais, professores, colegas de trabalho ou familiares podem apontar mudanças observáveis que às vezes o próprio indivíduo não nota bem. - Comparações antes e depois
Analise resultados acadêmicos, prazos cumpridos, produtividade em tarefas cotidianas, organização, esquecimentos etc. - Sessões de avaliação médica periódicas
O médico pode fazer ajustes com base nos relatórios e nas observações coletadas.
O processo de ajuste: dose, trocas e melhorias
Mesmo com um remédio bem escolhido, raramente tudo está ideal já no começo. Ajustes são parte do tratamento. Aqui vamos ver como lidar com isso.
A importância da titulação (ajuste gradual de dose)
Quando se inicia um remédio para TDAH, geralmente se começa com uma dose baixa e vai aumentandos aos poucos até encontrar o “ponto ótimo” em que há eficácia máxima e efeitos colaterais toleráveis. Esse processo é chamado de titulação. (Verywell Mind)
A cada nova dose, é importante monitorar por semanas:
- Aumento da melhora nos sintomas
- Surgimento ou intensificação de efeitos colaterais
- Qualidade de funcionamento global
Se uma dose funcionou bem, pode-se mantê-la por períodos antes de reavaliar.
Troca de medicação
Nem sempre o primeiro remédio será o ideal. Alguns motivos para trocar:
- Falta de resposta satisfatória
- Efeitos colaterais intoleráveis
- Questões de segurança ou saúde (ex: histórico médico que contraindica estimulantes)
- Necessidade de mudança de perfil no curso da vida
A troca pode incluir mudança para outro estimulante ou para um não estimulante. É comum tentar diferentes opções até encontrar a que “se adapta melhor”.
Um ponto importante: ao trocar entre genéricos e marcas, há possibilidade de diferenças no perfil de ação (~25%) que podem alterar a resposta do paciente. (ADHD Edmonton)
Ajustes no horário e frequência
Nem sempre a dose correta resolve tudo: às vezes o problema está no horário em que a medicação é tomada. Doses que duram pouco tempo podem deixar áreas descobertas do dia (rebote). Outras vezes, tomar cedo demais faz com que o pico ocorra antes de momentos críticos. Ajustar horários ou combinar doses de curta e longa duração pode ajudar. (ADHD Edmonton)
Momentos de reavaliação
É recomendável reavaliar o tratamento em intervalos regulares (por exemplo, a cada 3 a 6 meses) para verificar se:
- O remédio continua eficaz (veja se os sintomas pioraram ao longo do tempo).
- Os efeitos colaterais persistem ou mudaram.
- Mudanças no peso, saúde física, uso de outras drogas ou hormônios afetaram a metabolização.
- Ajustes são necessários por novas demandas (ex: maior carga de trabalho, mudanças de rotina).
Em muitos casos, ao longo dos anos, é necessário reajustar a dose para responder às mudanças do organismo.
Efeitos colaterais, riscos e contraindicações
Nenhum medicamento é isento de riscos. Saber identificá-los é essencial quando falamos de remédios para TDAH.
Efeitos colaterais mais comuns
Estimulantes podem causar:
- Insônia ou dificuldade para dormir
- Diminuição do apetite / perda de peso
- Dor de cabeça
- Irritabilidade ou mudanças de humor
- Náuseas
- Aceleração cardíaca / elevação da pressão
- “Rebote” ou retorno abrupto dos sintomas
Não estimulantes podem causar:
- Sonolência ou fadiga
- Boca seca
- Constipação
- Tontura
- Alterações no humor
- Outros efeitos específicos dependendo da substância
É importante que o paciente relate ao médico qualquer efeito que interfira na vida diária.
Riscos e precauções
- Em pessoas com histórico de problemas cardíacos ou pressão alta, uso de estimulantes exige cuidado e avaliação cardiológica.
- Uso concomitante com outras substâncias (antidepressivos, cafeína em excesso etc.) pode aumentar risco de interação.
- Em casos raros, pode haver efeitos psiquiátricos (psicoses, mania) em pessoas suscetíveis.
- O uso para pessoas sem diagnóstico (uso recreativo ou uso fora da prescrição médica) é extremamente desaconselhável e arriscado.
Monitoramento necessário
Durante o uso de remédios para TDAH, o médico pode solicitar:
- Avaliação cardíaca (ECG, pressão)
- Avaliações de peso e crescimento (em crianças)
- Monitoramento de sintomas psiquiátricos
- Exames laboratoriais, se necessário
Se os efeitos negativos superarem os benefícios, é essencial discutir com o médico a modificação ou interrupção do tratamento.
Como otimizar os resultados dos remédios para TDAH
Os remédios são ferramentas poderosas, mas não funcionam no vácuo. Combine boas práticas para potencializar seus efeitos:
- Aderência rigorosa ao horário e dose
Defina lembretes, use caixas de comprimido ou apps para não esquecer doses. - Ambiente favorável para concentração
Diminuir estímulos externos, organizar local de trabalho/estudo, usar técnicas de divisão de tarefas. - Terapias comportamentais e psicopedagógicas
A terapia cognitivo-comportamental, coaching de TDAH, intervenções educativas, treinamentos de habilidades executivas são complementos importantes. - Higiene do sono e rotina regular
Sono adequado potencializa o efeito dos medicamentos e reduz irritabilidade. - Exercício físico e alimentação balanceada
Atividade física regular e dieta saudável podem favorecer a regulação cerebral e metabólica. - Reavaliação periódica com o médico
O que funcionava há meses pode deixar de ser ideal; ajuste contínuo é necessário. - Evitar uso de substâncias que interfiram
Excesso de cafeína, uso de outras drogas estimulantes, bebidas com açúcar em excesso podem interferir no efeito da medicação.
Perguntas frequentes sobre remédios para TDAH
1. Quanto tempo demora para um remédio de TDAH fazer efeito?
Para os estimulantes, muitos apresentam efeito dentro de 30 minutos a 2 horas. (Verywell Mind) Já medicamentos não estimulantes frequentemente requerem várias semanas para atingir eficácia plena.
2. É normal não sentir efeito no primeiro remédio?
Sim. Nem sempre o primeiro remédio ou dose funcionará idealmente para cada pessoa. Frequentemente é necessário testar diferentes substâncias ou doses. (Additude)
3. Posso parar o remédio quando quiser?
Não. A interrupção deve ser guiada pelo médico, com redução gradual quando indicada. Suspender bruscamente pode provocar retorno dos sintomas.
4. Posso usar remédios para TDAH junto com outros medicamentos?
Sim, mas isso exige atenção: algumas interações podem aumentar efeitos colaterais ou comprometer a eficácia. Informe sempre seu médico sobre tudo que está tomando (antidepressivos, ansiolíticos, estimulantes, etc.).
5. Há risco de dependência?
O uso terapêutico, sob prescrição médica, tem baixo risco de dependência quando bem monitorado. O maior risco está no uso indevido ou sem supervisão.
6. Posso usar remédios para TDAH a vida toda?
Algumas pessoas fazem uso por muitos anos, dependendo da persistência dos sintomas e dos benefícios percebidos. Mas sempre deve haver reavaliação periódica, e alguns podem fazer uso intermitente ou pausas com acompanhamento médico.
Considerações finais
Os remédios para TDAH são aliados valiosos no tratamento do transtorno, mas não são solução mágica. Sua eficácia depende de:
- escolha adequada da substância,
- ajuste fino de dose,
- acompanhamento atento de efeitos colaterais,
- integração com intervenções comportamentais e ambientais.
Avaliar se a medicação está funcionando exige observação cuidadosa, uso de registros objetivos e colaboração constante entre paciente, familiares e médico.
Se você já faz uso de remédios para TDAH, observe seus sintomas, mantenha um log de evolução, e converse com seu médico caso perceba que o benefício diminuiu ou os efeitos adversos se tornaram incômodos.
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